Irmãos e irmãs, amigos e amigas em Cristo!
Quero manifestar a todos vocês uma breve mensagem de agradecimento. Gostaria de resumir em três pontos: Trabalho, louvor e perdão.
Trabalho: Acredito que foi um ano de muito trabalho, muitas colaborações e parcerias. Nossa Comunidade conheceu muitas possibilidades e recebeu muitas chances de ser uma Comunidade de comunidades, uma rede de pessoas interligadas pela mesma afinidade de fé: Jesus Cristo. Fizemos melhorias na nossa Igreja, trocamos o piso, construímos a capela do santíssimo, pintamos a Igreja, cuidados necessários para com o espaço do louvor ao Senhor. Foi um ano de trabalho em prol da juventude- a Campanha da Fraternidade deste ano falava sobre a Evangelização da Juventude- Fomos movidos pelo combustível da Jornada Mundial da Juventude- Rio de Janeiro. Realizamos muitos eventos para não só enviar os jovens, mas principalmente integrar os que aqui convivem com a gente. Os frutos desse laborioso trabalho ainda estão sendo colhidos. Quantas mãos amigas foram estendidas nesse tempo. Outras talvez por medo ou insegurança se esquivaram, mas até a elas serviram para um propósito. Paróquias, pessoas, movimentos, organizações governamentais, políticos, gente simples, gente rica, todo mundo colaborou! Não podemos deixar de lembrar da nossa festa das crianças! Uma festa da solidariedade. É o Reino de Deus no meio de nós. É preciso saber ver estes sinais. Nossas festas, nossos eventos, colaboração de poucos ou de muitos tudo foi feito para o bem.
Louvor: É preciso saber agradecer, reconhecer que tudo que buscamos foi graças a Deus e o empenho de pessoas. A gratidão é um dom, que poucas pessoas possuem. Mas as que possuem, sabem que graças ao Senhor tudo foi realizado. Louvamos pela vida da comunidade que com tantas dificuldades souberam dar um pouco de si. Jovens, crianças, adultos, idosos, todas de alguma forma construíram um pouco a comunidade. Louvamos até pelas pessoas que ainda não adentraram ao tempo da comunidade. Algumas ainda estão encerradas em si mesmas e em seus grupos. Mas o Senhor há de abrir a consciência e o coração delas. Nossas missas com seus cantos e ritos sempre buscando ajudar as pessoas a entrar em comunhão com o Senhor. Como é bom celebrar a missa, estar na missa, fazer parte dela, contribuir na liturgia, fazer uma leitura, cantar um canto, apresentar um texto, fazer uma encenação...tudo para o bem do povo. Louvo pela vida do pe. Marcio que ficou aqui conosco por um período e pela chegada do padre Sandro entre nós. Obrigado Senhor!
Perdão: Saber reconhecer que nem sempre acertamos, nem sempre conseguimos ser melhores. A comunidade que se respeita e se ama, sabe ser espaço de reconciliação e perdão. Abrir mão de projetos pessoais para o bem da Igreja. Abrir mão do orgulho, para enxergar o outro. Peço perdão a todas as pessoas com quem convivi este ano. No trabalho, na convivência, mas principalmente na Evangelização, com a motivação de fazer o certo, as vezes somos mal compreendidos e de alguma forma afetamos ou prejudicamos alguém. O padre tem muitas obrigações, funções, responsabilidades que nem todos sabem. Sei, contudo, que uma em especial não pode ficar prescindida da vocação sacerdotal: acolher a todos sem distinção. Esforcei-me dentro dos meus limites em agregar e integrar a todos. Em algumas situações até mal interpretado, por me aproximar daqueles que o Senhor espera e deseja, mas nós com nossos escrúpulos nem sempre entendemos. Peço perdão pelas pessoas que me aproximei para tentar ajudar e não consegui. Tenho a convicção que todos tem direito de serem felizes, e esta felicidade só pode estar inserida na vida em Cristo. O grande risco do mundo atual, com a sua múltipla e avassaladora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração comodista e mesquinho, da busca desordenada de prazeres superficiais, da consciência isolada. Quando a vida interior se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmo de fazer o bem. Este é um risco, certo e permanente, que correm também os crentes. Muitos caem nele, transformando-se em pessoas ressentidas, queixosas, sem vida. Esta não é a escolha duma vida digna e plena, este não é o desígnio que Deus tem para nós, esta não é a vida no Espírito que jorra do coração de Cristo. Tenho a certeza dessa fé em Cristo que poderá alegrar os corações, é por essa causa que brigo e levo a frente. As vezes preciso ter paciência como Deus, para compreender que nem todas as pessoas querem viver a felicidade em Cristo. Houve desencantos por causa disso, culpa de ninguém, mas minhas expectativas sempre são grandes porque acredito na regeneração das pessoas. Tento buscar as inúmeras possibilidades de alternativas para as pessoas. As vezes até sou intransigente. Ainda estou muito longe se ser como o Apostolo Paulo quando falou para a comunidade dos Cotintios: "Embora eu seja livre em relação a todos, tornei-me o servo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Com os judeus, comportei-me como judeu, a fim de ganhar os judeus; com os que estão sujeitos à Lei, comportei-me como se estivesse sujeito à Lei - embora eu não esteja sujeito à Lei -, a fim de ganhar aqueles que estão sujeitos à Lei. Com aqueles que vivem sem a Lei, comportei-me como se vivesse sem a Lei, - embora eu não viva sem a lei de Deus, pois estou sob a lei de Cristo -, para ganhar aqueles que vivem sem a Lei. Com os fracos, tornei-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Tornei-me tudo para todos, a fim de salvar alguns a qualquer custo."
Mas é um compromisso, uma meta de vida cristã. A proposta é viver a um nível superior não viver pela metade, viver apenas um pouco, ou em partes. Na doação, a vida se fortalece; e se enfraquece no comodismo e no isolamento. De fato, os que mais desfrutam da vida são os que deixam a segurança da margem e se apaixonam pela missão de comunicar a vida aos demais. Quando a Igreja faz apelo ao compromisso evangelizador, não faz mais do que indicar aos cristãos o verdadeiro dinamismo da realização pessoal: Aqui descobrimos outra profunda lei da realidade: “A vida alcança-se e amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros.” Isto é, definitivamente, a missão. Peço perdão por algum desencontro, por ter invadido a privacidade da liberdade de alguém em ajudar a encontrar a paz e a felicidade. Em algumas ocasiões da vida da comunidade me ausentei em virtude da saúde, peço perdão e agradeço a paciência de todos. Só teremos paz entre nós quando enxergarmos o próximo como nosso irmão, como responsabilidade da nossa vida.
Termino essa mensagem fazendo minhas as palavras de Jesus quando percebeu que os pobres, abandonados e pessoas excluídas do seu tempo acolheram sua mensagem. Assim hoje rezo com vocês: “Eu te louvo ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelastes aos pequeninos”( Mt 11,25)
ass. pe. Orestes
Feliz 2014
Desejo encontrar todos vocês o ano que vem!