Conhecer a si mesmo para encontrar salvação

Conhecer a si mesmo para encontrar salvação

05/10/2010 11:23
  Conhecer a si mesmo para encontrar salvação    Neste mês quero dedicar este texto a todos que durante a vida buscam se conhecer melhor. A investigação sobre o ser humano, como trata a Antropologia, define o ser humano como um ser de relações. Contudo, eu questiono e ouso a...

Palavra do pároco

Queridos filhos e filhas da Comunidade Paroquial Nossa Senhora da Esperança.

 

Queridos irmãos e irmãs, agentes de pastorais, pessoas de boa vontade. A todos a minha cordial saudação em Nosso Senhor Jesus Cristo.

Escrevo a todos vocês pensando em cada um ao elaborar esta carta-mensagem. Domingo, celebramos a festa de Pentecostes, terminou o Ciclo Pascal, apagamos o círio Pascal, uma vez que ele foi aceso em todas as celebrações no Tempo Pascal. Iniciando o tempo Comum, com a força do Espírito de Deus, é a vez e a hora da Igreja, entendendo “vez” como aquela missão que o bom Senhor deixou à comunidade dos discípulos:” E vocês são testemunhas disso”, ( Lc 24, 48), entendendo “hora” como o momento derradeiro em que suas testemunhas, isto é, a Igreja, passará como o Senhor pela cruz, a entrega total de si.  È nesse sentido, que rezo, exorto, partilho com todos vocês através do Espírito , que é tempo de assumirmos nossa identidade cristã, nosso sim à vida, nosso sim à liberdade, nosso sim a justiça.

Nosso país está muito próximo de passar por transformações históricas que mudarão o rumo de muitos homens e mulheres. Nossas respostas aos gemidos da história que grita a cada dia para nascer precisam ser exata, coerente com que temos ouvido e assimilado através da Sagrada Escritura. Nossa Igreja amados irmãos passa por momentos difíceis como nossos primeiros irmãos nas Catacumbas. Somos atacados por todos os lados, alguns desejam desestruturar moralmente para que percamos crédito diante dos grupos sócias, diante de instituições que sem o viés divino poderão se perder pelo caminho. Nós, Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo temos muito a falar, muito a dizer como lembra o profeta Ezequiel :  Assim diz o Senhor Javé, eles podem escutar ou não, porque eles são uma casa de rebeldes. De qualquer modo eles ficarão sabendo que existe um profeta aqui no meio deles“ ( Ez 2, 4-5). Não podemos desistir da missão que o Senhor nos confiou. Precisamos ser unidos, como corpo (1Cor 12, 27), unidos à videira ( Jo 15, 4-5) e assim com muita certeza teremos muitos frutos.

Convido a todos nesse tempo comum continuarmos a caminhada rumo ao Reino com o mesmo entusiasmo do tempo pascal. Que os nossos trabalhos sejam assistidos e amparados pela força do Espírito.

Pe. Orestes de Oliveira Preto

 

  Ser cristão, ser agricultor...

Anseios de vida nova, busca de um sentido para a própria existência, medo da morte enquanto fracasso, esperança do amor que se renova, tudo isso encontra razão de ser na ressurreição de Jesus. Ela é dinamismo que impulsiona a vida daqueles que se comprometem com o Cristo, de modo que se atue hoje a prática de Jesus. Essa prática exige desprendimento, desapego, para que o cristão, ressuscitado com Cristo no Batismo caminhe para a plena realização. A ressurreição de Jesus é demonstração, expressão de como pode ser plena a vida de todos os cidadãos que se empenham em transformar nossa sociedade desigual. Pensar a ressurreição, é ter a cabeça de um agricultor, que planta a semente na terra e fica na vigília-expectativa de que o broto saia da terra. Assim, é o ser cristão, um eterno agricultor que está ao lado da terra-sepulcro na esperança de vida, de bem, de amor, que brote vida onde parece estar morto. Mas pra isso, há a necessidade do adubo da paciência, que o cristão-agricultor usa como adubo, gerador da presença do Senhor ressuscitado na Comunidade. Os cristãos-agricultores, sentem sua presença na comunidade reunida, as vezes por demais tímida, triste, com medo, sem coragem, mas quando partilha a vida, os idéias, quando faz memória dos gestos e palavras de Jesus, ela se anima, toma o rosto do Senhor pra si. Essa é a comunidade do Senhor Ressuscitado. Nós não o vemos, mas o amamos; não sabemos tudo a respeito dele, mas nele acreditamos e a ele nos entregamos para construir um mundo novo (1Pd 1, 3-9). Belo é o desejo de amar Aquele que não vimos, mas sabemos de seu Triunfo pelo amor. Sabemos que Jesus é a prece do Pai do Céu, Jesus é a fala sobre as coisas que o Pai do Céu ama, coisas porque se torna vitima, coisas que quer fazer nascer. Nós somos a fala de Jesus, a comunidade de agricultores esperançosos e desejosos sobre os objetos que Deus almeja. Por isso, a ressurreição não tem lugar para o medo. “O perfeito amor destrói o medo. Pois o medo traz sempre consigo as dores da reprovação, e quem quer que tenha tais sentimentos ainda não atingiu o amor, a sua perfeição. Nós o amamos porque ele nos amou primeiro. Se um homem diz  ‘Eu amo a Deus’, e odeia a seu irmão, é um mentiroso. Se ele não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.”( 1joão 4, 18-21)Façamos a experiência de forma comunitária de assumir o caminho do Ressuscitado, na descoberta do seu amor libertador.

Orestes de Oliveira Preto

Bragança Paulista, 09 de Abril de 2010