CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011

22/02/2011 15:19

 

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011 -


Tema: Fraternidade e a Vida no Planeta


Lema: “A criação geme em dores de parto”. Rm8,22

Introdução:

1. A CF aborda o tema do aquecimento global  e das mudanças climáticas diante da situação atual que se agrava.

2. Questão polêmica. A causa do desequilíbrio é discutida pelos pesquisadores. Há dois grupos: O dos que entendem que o aquecimento global é oriundo de processos da própria natureza; Outro grupo dos que afirma que a situação é devida às grades quantidades de emissões de gases de efeito estufa intensificas a partir da industrialização. Causas a partir da ação humana.

3. A realidade mostra: mudanças climáticas estão em curso e já alteramos substancialmente o planeta. É difícil negar que alterações as ações humanas não contribuam para com as mudanças.

4. A gravidade da situação. A ONU já fala na existência de 50 milhões de “migrantes do clima”. Não podemos cruzar os braços.

5. Primeiro passo: Identificar ações que mais emitem gases de efeito estufa, para buscarmos alternativas. É o que se pretende com o texto da CF, despertando o exercício do cuidado para com a vida no planeta que pede socorro.

Objetivos da CF

Geral: - Contribuir para a conscientização pás pessoas sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas e motivar a participar dos debates e ações que visam enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta.

Específicos: - Viabilizar meios para a formação da consciência ambiental e identificar responsabilidades e implicações éticas;

- Promover a discussão sobre os problemas ambientais – foco: aquecimento global;

- Mostrar a gravidade e a urgência dos problemas ambientais provocados pelo aquecimento global.

- Trocar experiências e propor caminhos para a superação dos problemas relacionados ao aquecimento global;

Estratégias: - Mobilizar pessoas, comunidades, Igrejas, religiões e sociedade para assumirem o protagonismo na construção de alternativas para superar os problemas socioambientais decorrentes do aquecimento global;

-Propor atitudes, comportamentos e práticas fundamentados em valores que tenham a vida como referência no relacionamento com o meio ambiente;

- Denunciar situações e apontar responsabilidades no que diz respeito aos problemas ambientais decorrentes do aquecimento global.

 Ver

 

Introdução

                                                                                     
    
Nosso clima é sujeito a alterações. Nos dias de hoje é visível a mudança. Além das causas naturais não se pode negar que pela industrialização o processo se acelerou.

1.      O aquecimento global

O clima do planeta é resultante da interação de muitos fatores. Cada ser que habita a terra contribui na formação e transformação do clima.                                                                                                                     Aquecimento global quer dizer elevação dos valores médios da temperatura no planeta, hoje em torno de 15ºC Há 100 anos era de 14,5ºC

O aquecimento tem provocado uma série de mudanças climáticas. Estas mudanças decorrem do fenômeno denominado “efeito estufa”.

Em princípio o “efeito estufa” é um processo natural, sem o qual a temperatura da terra seria de dia muito quente e à noite muito fria. Portanto, o “efeito estufa” que mentem a temperatura média é importante para que se proporcione a vida no planeta.

O gás Dióxido de carbono é importante no ciclo da vida no seu processo natural. Algumas atividades humanas emitem grande quantidade de dióxido de carbono. (queima de combustíveis fósseis, derrubada e queimadas e alterações no uso do solo. Isto altera o equilíbrio.

  1. Relação entre o aquecimento global e atividades humanas

 Esta é estudada e os resultados são de referência mundial, apresentados pelos relatórios no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. Estes painéis se iniciaram em 1988. Constatou-se que houve variação da temperatura média da terra elevou-se a partir de 1750, com a implantação do sistema industrial, em 0,74ºC até 2006. Relacionou-se o aquecimento global diretamente ao aumento progressivo de emissão de gases de efeito estufa com o processo de industrialização na queima de combustíveis fósseis (dióxido de carbono) e na agricultura, o gás metano e óxido de nitroso derrubada de florestas e queimadas. A temperatura da superfície, se assim continuar, deve aumentar 4ºC até 2050, e os oceanos subirão 0,60 cm. Se parar o processo, mesmo assim, aumentará 2,4ºC até lá.

  1. Atividades do ser humano que mudaram o planeta

As profundas transformações na face do planeta, aceleradas pelo ser humano está inaugurando uma nova era geológica, o antropoceno.

  1. A energia, tema central das discussões sobre emissão de gases de efeito estufa

O desenvolvimento econômico alcançado foi possibilitado por matrizes energéticas renováveis e não renováveis.                                                                                                  

As fontes de energia não renováveis são as da natureza, combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural) e o urânio. Energias sujas porque poluem e destroem                                                         As fontes renováveis Não poluem – energia solar, eólica, geotérmica, dos oceanos, hidrelétrica, biomassa.

  1. A questão energética, crucial na questão do aquecimento global.

O crescimento econômico foi à custa das fontes energéticas não renováveis. Em 1973 esta base energética correspondia a 86,5% Em 2007 diminuiu só para 80% e não há perspectivas de diminuir até 2030. O mercado gerador e a indústria não pretendem perder esta fonte de lucro.

  1. No Brasil a questão energética e o neodesenvolvimentismo das políticas públicas

No Brasil 24% de emissão do gás CO2 é de fósseis, mas 76% do uso da terra (desmatamento e queimadas). Embora 45% da produção da energia no país sejam de fontes renováveis, as recentes decisões do governo são preocupantes. As hidrelétricas da Amazônia ignoram o potencial da expansão da energia solar e eólica. Crescimento a qualquer custo. PAC. Amazônia deve produzir energia a qualquer custo da biodiversidade. O Pré-sal dispêndio de fortunas para extração de produto poluente. A lógica neodesenvolvimentista atende os interesses do capital, de investidores, da indústria das grandes obras, ávidos de lucro.

  1. O desmatamento da Amazônia uma afronta à crise global do clima.

50% da emissão de gases de efeito estufa no Brasil são de ações de desmatamento e queimadas. A importância da Amazônia no mundo, onde 60% estão no Brasil. O governo diante das denúncias de desmatamento busca identificar algum culpado como o plantio da soja, cultivo de bois etc. Anuncia-se algum pacote de medidas.

          No plano nacional de mudanças climáticas não existem metas de desmatamento e sim objetivos voluntários.          Existe uma taxa média de desmatamento, mas sempre superior ao que deveria ser.                                                   8. O Agronegócio, estratégico para o neodesenvolvimentismo.

-Os alimentos, os recursos primários e absolutamente necessários para a vida, atualmente, são gerenciados por um mercado denominado commodities. O interesse deste mercado é o lucro, não a disponibilização de alimentos para todas as pessoas. É um mercado dominado por poucas empresas que monopolizam o mercado internacional, impondo preços convenientes. Daí aparecem preços relativamente baixos dos alimentos, o que em tese parece bom. Na prática é um desequilíbrio que pesa sobre os pequenos agricultores, que ao se sujeitarem a comercializar seus produtos pelos preços das commodities. Este mercado, de fato, é para os grandes produtores que detêm o capital, a tecnologia, monocultura, maquinas fertilizantes, agrotóxicos etc. Essa prática, além de alijar os pequenos produtores, também reduz o número de em pregos, como na indústria. Esse sistema produtivo não tem preocupação com o meio ambiente. Desmata e é uma atividade que desperdiça e consome 70% da água doce utilizável, e o uso de fertilizantes contamina lagos e rios. Este setor tem sido privilegiado pelo governo até na flexibilização do Código Florestal e no perdão de dívidas do passado de 10 bilhões...

9.  O modelo de desenvolvimento atual e suas conseqüências

A humanidade consome um quarto a mais dos bens de que o planeta pode efetivamente disponibilizar. A globalização padronizou um consumo excessivo para 20% da humanidade. (gasta-se 32 quilos e materiais naturais não renováveis para produzir um único microcomputador) Vivemos uma ficção: sabemos, mas não acreditamos que sabemos. A negação da realidade é parte e parcela do produtivismo. Vivemos um m paradoxo em relação aos avanços tecnológicos. Temos desconfianças sobre as tecnologias, mas ao mesmo tempo existe uma confiança nas ciências e tecnologia que nos habituamos a esperar por soluções salvadoras.  Afirma-se o modelo atual de desenvolvimento como caminho para a solução dos problemas (saúde, desigualdade, educação, meio ambiente), mas estes problemas estão sempre em pauta... As empresas multinacionais patrocinam algumas iniciativas de preservação, mas acham muito onerosa a transição para a sustentabilidade do planeta. E continua-se na mesma... É necessária a diminuição do consumo das elites mundiais para suprir as necessidades dos mais empobrecidos. O planeta também tem suas próprias necessidades. Eis, portanto, a oportunidade para que a humanidade se reestruture e caminhe por uma via menos ambiciosa e destrutiva, mais inclusiva, harmoniosa e saudável.

 

10 A vida e suas dores no contexto do aquecimento global

A biodiversidade ameaçada                                                                                            Biodiversidade compreende a diversidade biológica em todas as suas formas: ecossistemas, espécies e genes. Há na terra cerca de 10 milhões de espécies constituídas ao longo de mais de três bilhões de anos. A biodiversidade fundamenta: a) equilíbrio do clima; b) qualidade e quantidade de água; c) produção de alimentos. Mas, a biodiversidade encontra-se ameaçada pelo impacto das mudanças climáticas. Vai se perdendo a diversidade. Não há uma preocupação da preservação da biodiversidade como um todo. 0,1% do PIB mundial evitaria o desastre que estamos vivendo. Seriam 50 bilhões de dólares de investimentos.

O escândalo da miséria e o aquecimento global.

Dos 6,5 bilhões de pessoas, um bilhão ainda passa fome. Na realidade há alimento para todos. Mas, alguns organismos chegam a propor redução de taxa de crescimento populacional. “A fome não é uma questão de disponibilidade, mas de solvibilidade; trata-se de um problema de miséria, pois no mundo inteiro, existe alimento para todos”. A maioria dos pobres vive num ambiente devastado. E nos ambientes naturais de maior biodiversidade não podem viver, são expulsos pelos grandes, ávidos de terras. No Brasil 70% dos alimentos são produzidos pela agricultura familiar. Como conseqüência temos o êxodo rural, êxodo da natureza.

A água

Em 2010 na ONU foi aprovada a resolução afirmando que a água e o saneamento básico são direitos humanos essenciais. Segundo a OMS algo próximo de 900 milhões vivem sem acesso à água potável e 2,6 bilhões de pessoas não dispõem de saneamento básico. Na AL 85 milhões não têm água potável e 115 milhões sem saneamento básico. Daí decorrem previsões alarmistas de possíveis guerras pelo produto água. Não se sabe o que no futuro nos espera...

Águas oceânicas

Até 2030 ¾ da população mundial viverá nas costas litorâneas. Os oceanos governam o clima e as condições metereológicas. As mudanças rápidas põem em risco as áreas costeiras (tsunamis) furacões tempestades, proliferação de algas, derramamento de óleo. Desconhecemos ainda os oceanos. Contudo, a biodiversidade deles está sendo afetada. Processo de acidificação da água que se torna mais corrosiva afetando a vida marinha. As águas marinhas influenciam o clima. (El niño). O ártico até o final do século pode ficar sem gelo. Daí os oceanos vão subir 0,59 cm.

11.  A comunidade mundial e as mudanças climáticas

A ONU coordena as atividades. -1972 – A Conferência de Estocolmo primeiro encontro internacional tratando do relacionamento entre o desenvolvimento e o meio ambiente.  Desenvolvimento exige equacionar eficiência econômica, equilíbrio social e equilíbrio ecológico– 1987 -O Protocolo de Montreal. Versou sobre as substâncias que empobrecem a camada de ozônio. Foi proposto tratado internacional. Eco 92 – Rio de Janeiro. Objetivo conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra. – Desenvolvimento sustentável. – 1997 – Protocolo de Kyoto – providências para controlar o aquecimento global. Estabelece redução das emissões de CO2. USA e Austrália não assinaram. 2007 –Bali, Indonésia conferência\ da ONU sobre mudança climática 190 países. Firmam bases para novo acordo a substituir o de Kyoto. – 2009 Encontro em Bonn Temas sobre mudanças climáticas. Também em 2009 dez. Conferência da ONU Mudanças climáticas. Todos estes encontros revelam que o diagnóstico sobre o futuro do planeta não é dos melhores, mas falta consenso e as dificuldades políticas impedem de se chegar a um acordo. O que impede é o modelo liberal desenvolvimentista, incompatível com a sustentabilidade do planeta.

12 Sustentabilidade, novo paradigma civilizacional

O conceito supõe que para analisar o desenvolvimento das nações devem ser introduzidos os aspecto de saúde, educação, trabalho, além do PIB. Mas há dificuldade em unir o conceito desenvolvimento e sustentabilidade. Desenvolvimento são melhorias que implicam mudança e crescimento econômico contínuo que não se harmoniza com a natureza, mas a explora. Sustentabilidade pretende harmonizar 3 vertentes: economia, meio ambiente e bem estar social. Seria um tipo de desenvolvimento que permite vier nos limites suportáveis para a Terra, que são a disponibilidade de recursos naturais e os limites de absorção de resíduos e poluição, mas também o tipo de desenvolvimento que torne possível a redução da pobreza. Para alcançar a sustentabilidade requer-se de um lado, a diminuição do consumo, sobretudo excessivo e supérfluo, e do out5rto a redução das gritantes desigualdades. Deve haver mudanças de hábitos. “O mundo tem recursos suficientes para atender às necessidades de todos, mas não à ambição de todos”. Gandhi.

13 Da ética do egotismo à ética do cuidado

O 4º relatório do IPCC 2007 contribuiu para a tomada de consciência de que as mudanças climáticas não são um desastre natural, mas foram causas pelo homem. O sistema econômico atual exilou a ética da responsabilidade e do cuidado do âmbito de várias dimensões da vida. Tudo se ancora no imperativo do lucro. A opção pela vida deve ser o grande referencial

 

 

JULGAR

Introdução

- O processo de mudança climática em curso representa um grande perigo para a vida. Os cristãos devem estar conscientes em vista à necessidade de mudanças de comportamentais e sistêmicas.

Vamos nos voltar à Palavra de Deus e para a teologia, buscando inspiração pra realizar uma leitura sobre as causas desta problemática e encontrar luzes para achar caminhos na preservação do planeta.

Deus nos chama a ter atitudes justas para cuidarmos bem da vida (teologia da criação)

Sobre a preservação da natureza

Nosso Deus é o Deus da vida – Deus revelou-se sobre o caos, organizando o cosmos e revelando-se como doador da vida. Semana da Criação – vai gerando a vida. E viu que era bom. Daí o exercício do senhorio, ou a dominação, por parte do ser humano deve significar respeito á ação criativa divina. Dominar tem o sentido bíblico de cultivar, organizar e cuidar.

O lugar do ser humano na criação é o responsável pela vida, bem estar e integridade daqueles que estão sob seu domínio.  As realizações humanas são para dar continuidade à obra de Deus.

A advertência aos primeiros pais cabe hoje: os detentores do poder quiseram comer da árvore do bem e do mal, utilizando de modo destrutivo dos bens do planeta e é onde hoje chegamos. As ameaças vêm das ideologias e do espírito de dominação. Quando o ser humano se comporta como Deus, fazendo o que deseja, sem respeitar os limites, ele fica só (constatam que estão nus).

Considerações sobre o descanso.

No sétimo dia, concluída a obra, Deus descansou. Hoje, na visão mecanicista da natureza, não há espaço para pensar em descanso da natureza ou para encontrar um lugar na vida humana para a contemplação. Dá-se mais sentido á vida do ponte de vista do trabalho e da produção. O descanso, a festa, a alegria em viver são desqualificados como sem serventia e sem sentido. A conclusão da criação se realiza no e com o descanso. O descanso deve ser respeitado não apenas para o ser humano, mas também para toda a natureza.   

Segundo a concepção cristã, a nova criação começa com a ressurreição de Cristo. Na bíblia em relação ao meio ambiente tem-se presente o respeito o cuidado com a vida e suas fontes. No deserto, uma lição de consumo responsável. Cada um só podia recolher o que de fato precisava. O supérfluo apodrecia. Apodrecer é um símbolo das conseqüências do acúmulo do desnecessário. Hoje o Senhor perguntaria: até quando vocês vão desprezar a natureza, pela ambição de acumular e gastar, e assim, apodrecer o planeta irresponsavelmente? Hoje já gastamos os recursos do planeta 25% a mais em relação ao limite de sua capacidade de se manter sustentável.

Entrando na terra prometida a terra é repartida para evitar a concentração de bens e de poder. Prevê-se um descanso da terra, no ano sabático, a cada sete anos e a cada 50 anos o ano jubilar onde a terra voltava às famílias que a ocuparam originariamente. A bíblia tem outra proposta que a da propriedade privada. No sentido bíblico os bens estão a serviço das pessoas.

No novo testamento, Jesus vence tentações. Nosso tempo quer transformar Deus num mágico que garante a prosperidade de seus devotos. Usar Deus em benefício próprio está arraigado na religiosidade consumista.

O que pode nos afastar de Deus:

O sábio reza para que tenha o suficiente para viver e não mais. É preciso escolher: é Deus ou o dinheiro que manda em nossa vida.?

A bíblia está repleta de passagem onde se revela a voz de Deus na natureza.

A participação das igrejas neste processo, qual é?

Igreja Católica                                                                                                                                           No Concílio Ecumênico Vaticano II as questões ambientais ainda eram embrionárias, mas vários documentos alertam sobre o sentido da criação o destino da terra e tudo o que ela contem. Os bens devem bastar a todos. Paulo VI escrevia: respeitar as leis que regula o impulso vital e a capacidade de regeneração da natureza;ambos, portanto, são solidários e compartilham um futuro temporal comum.

João Paulo II também alertou sobre os limites dos recursos disponíveis da natureza. Relaciona a paz entre os homens com a paz na natureza. Cita a crise ecológica como uma cria moral, Igualmente, Bento XVI: O estilo de vida dos países desenvolvidos seria o principal causador do aquecimento global. Aborda também a questão energética, ponto central para o atual sistema produtivo.

Igrejas membros do CONIC

-Vêm se pronunciando com freqüência sobre as ameaças ao meio ambiente. Faz parte dos cristãos o compromisso pelo cuidado da criação. Na Assembléia Ecumênica Mundial – Seul 1990 o tema: Rumo à solidariedade da aliança pela justiça, a paz e a proteção da criação. A Assembléia conclui ter atos: 1- uma afirmação: o mundo, obra de Deus possui integridade intrínseca pois tudo é bom aos olhos de Deus.2 – Por isso é preciso opor resistência à pretensão de utilizar sem critérios cada elemento da criação. 2- É preciso assumir o compromisso, como membro da comunidade e colaborar com o projeto divino.

 

 

Considerações a cerca da criação

A origem do universo e da vida, a explicação do mal e sofrimento sempre inquietaram todos os povos. Todos os povos abordaram tais temas. A teologia aborda o tema a partir da fé, crendo para compreender e compreendendo para crer melhor. O sentido autêntico da existência e a destinação de tudo advêm da relação e diálogo com o Criador. Assim, a teologia coloca a criação como obra a partir do dom da vida. Deus não é um ser distante, mas, a partir da criação há uma interlocução e comunhão da criatura com o criador, envolvendo a Trindade.

São Francisco e a criação

-No final da segunda parte o texto apresenta a figura de S. Francisco, modelo para os que buscam uma relação mais qualitativa em relação às criaturas, pois cresce a consciência de que há relações que as degradam, acarretando também a degradação do ser humano.                                                              Atitudes de arrogância e autosuficiência dos homens exploraram exaustivamente a natureza e a destruíram, depredaram, aniquilaram, estinguiram espécies e poluíram o ar e as águas. Em relação à posse, s. Francisco soube contemplar e valorizar as coisas pelo que eram e pelo valor mais profundo que apresentavam como criaturas de Deus. Quanto ao uso das criaturas, s. Francisco soube cultivar a sobriedade, assim mandava o lenhador apenas cortar os galhos secos das árvores para continuarem produzindo.                                                                                                                                                 Estaremos resgatando são Francisco no contexto de nossas relações com as criaturas quando valorizamos suas atitudes. Primeiramente a pobreza que para ele significava a não-posse. As criaturas são dom de Deus e portam sinais do Criador. Levado pelos sentimentos e sensibilidade em sua contemplação amava realmente as criaturas, pois havia feito a descoberta de que elas eram também suas irmãs. Consequentemente brotou um respeito impre3ssionante por todos os seres criados e soube viver integrado ao universo numa grande fraternidade com o todo criado por Deus.

            Como subsídio, o cântico das criaturas pode nos inspirar novas atitudes e nos ajudar a ser transformados pelo Espírito de Deus para resgatarmos atitudes de quem cultiva e cuida do seu jardim.

 

AGIR

A primeira parte do texto focalizou a realidade da problemática do aquecimento global e suas conseqüências; Na segunda parte, a Palavra de Deus nos iluminou atualizando o projeto do criador para este mundo e para o ser humano; Agora, no Agir, é hora de suscitar em nós preocupações com a situação e percebermos que também nos contribuímos e fazemos parte do problema. Precisamos despertar em nós o desejo de transformação desta situação.                                                                                                          A reflexão deve nos conduzir a ações concretas. Nós também podemos fazer algo. Afinal de contas: toda a criação, até o presente, está gemendo como que em dores de parto.

Proposta para agir

Resgatar o sentido profético do domingo. Sentir-se agraciado com o dom inestimável da vida. Esta mensagem propicia serenidade e encorajamento às pessoas, que podem repousar em Deus onde brota um legítimo agradecimento pelo dom imenso da vida, o que a Igreja o faz especialmente na celebração da Eucaristia.

Para você saber sobre seu consumo ecológico

- Fazer o exercício que permite quantificar o consumo e a emissão de gases de efeito estufa de uma pessoa. Consultar os sites: a) http//www.wwf.org.br/WWF_brasil/pegada_ecologica/calculadora/. Preencher um cadastro e uma ficha  b)www.myfootprint.org  Mede o rastro pessoal ecológico...  c) WWW.vidassostenible.org/ciudadanos/a1.asp É a medição dos gastos energéticos

É fundamental a gente perceber a si mesmo como integrante de uma rede maior de relações de produção e consumo.

Propostas para se diminuir o consumo pessoal

1. Faça de conte que as sacolas plásticas não existem: Use bolsas e sacolas de algodão para carregar compras.

2. Consuma produtos locais: o transporte de produtos que vem de longe consome petróleo e aumenta o efeito estufa.

3. Diminua a temperatura de geladeiras, ar condicionados e estufas no inverno.

4. Desligue o computador e a televisão. Não deixar no stand-by, consome energia

5. Pegue sol. Com painéis solares – para aquecer água ou produzir energia elétrica.

6. Se puder troque o carro, prefira os movidos a gás ou etanol. Use-os o menos possível.

7. Fique com os pés no chão. Os aviões provocam 10% do efeito estufa mundial.

8. Coma frutas e verduras. Carnes são responsáveis por 18% das emissões de gás carbônico.

9. Use fraldas eco compatíveis. As tradicionais levam 500 anos para se biodegradar.

10. Use vidros para conservar os alimentos, alumínio e plástico polui

11. Informe-se com inteligência sobre meio ambiente e sustentabilidade pela TV Internet, revistas

12. Não use papel; utilize tecnologia digital para enviar e receber documentos. Assim salva as árvores.

13. Escove os dentes com inteligência, sem deixar a torneira aberta. Você joga fora 30 litros de água.

14. Use lâmpadas econômicas, pois consomem cinco vezes menos e duram 10 vezes mais.

15. Na alimentação prefira os orgânicos. Coma com consciência Hambúrgueres consome grande pegada ecológica

16. Banho de 3 minutos      você consome 40 litros de água. Em 10 minutos     mais de 130 litros. Economize....

17. Use os objetos o máximo possível, pois vai se tornar lixo.

18. Use pilhas recarregáveis. Podem ser recarregadas até 500 vezes Usar e jogar fora acumula lixo....

19. Faça coleta seletiva. É a contribuição mais inteligente que você pode dar ao meio ambiente

As cidades e o meio ambiente

a)      Saneamento básico, no Brasil só 4 em cada 10 casas tem acesso à rede geral de esgoto. Isto significa condições de vida degradante, doenças e mortalidade infantil.

b)      No Brasil, 90% dos esgotos domésticos e 70% dos efluentes industriais não tratados são despejados diretamente nos corpos d água contaminando-a e as subterrâneas.

c)      A média de produção de lixo no mundo está em torno de 1 kg/dia por pessoa. No Brasil é de 1,52kg/dia por pessoa. Somente 56,6% das cidades brasileiras possuem algum programa de coleta seletiva de lixo, embora tenhamos bons índices de reciclagem em alumínio 91,5% plástico pet 54,8% vidro 47% e papel 45%.

d)      Rever o transporte urbano priorizando o transporte de massa com fontes de energia limpa. Criação de ciclovias. Organização de feiras nos bairros.

e)      Nas cidades oferecer parques de lazer que além do lazer contribuem para a integração com a natureza.

f)       Fazer o levantamento das necessidades ecológicas para um plano diretor com a participação de todos.

g)      Incentivos às iniciativas existentes.

h)      Fortalecimento dos Conselhos Municipais para o Meio Ambiente na luta pela melhora da qualidade ambiental. Dar ao CM poderes e garantias na forma da lei e apoiados pelo Judiciário.

Nossas comunidades paroquiais e Dioceses

a)      Promover cursos e outras atividades de conscientização sobre esta problemática, para que as pessoas se integrem em ações já em andamento na sociedade.

b)      Que as Paróquias e Dioceses pensassem num programa de controle e corte de emissão de gases de efeito estufa, procurando diminuir os gastos energéticos...

c)      As Paróquias instalarem painéis solares para aquecimento de água e mesmo painéis de células fotovoltaicas para produzir energia elétrica que pode gerar autonomia energética.

Para este projeto já existem experiências com tecnologia patenteada pela PUCRS já patenteada e aprovada.

Diante do desmatamento

- Exigir do governo que coíba o desmatamento como acontece hoje.

- Pressionar o governo a não efetivar alterações que foram propostas no decorrer do ano passado, ao atual Código Florestal. As mudanças permitidas seriam desastrosas.

- A CF pode mobilizar a população em favor da recriação de áreas de floresta não permitir que as monoculturas de eucalipto e pinus sejam classificadas como florestas, pois não passam de uso intensivo e predador de sole em função das indústrias.

O agronegócio

É uma atividade importantíssima no contexto nacional, pois produz alimento, gera empregos e divisas para suprir nosso déficit. Por outro lado a monocultura não se articula com a biodiversidade que é destruída pelos agrotóxicos. Por outro lado em nome da obtenção de ganhos e produção em grande escala os pequenos proprietários são alijados. Na cidade o homem nem sempre se adapta.