Entre no coração da Trindade Santa para fazer a sua oração. Acomode-se... Sinta–se envolta em toda uma atmosfera de paz, ... luz,... harmonia, ...ternura. Sinta o grande amor que Deus tem por você. Respire lenta e profundamente algumas vezes. Tome consciência do ar entrando nos pulmões ... do ar saindo.
O ar é carregado da presença de Deus. .. Aspirar Deus como se aspira o ar... Expresse desejo, fome e sede de Deus... O ar que sai é corrente poluída, arrasta as impurezas que existem: egoísmo, auto-suficiência, covardia, orgulho, acomodação... etc. Encha os pulmões de ar e sinta intensamente a presença de Deus que é vida, graça, energia, amor e perdão.
Invoque o Espírito Santo para que Ele ilumine e conduza a sua experiência de oração.
Graça a pedir: - Estar atento/a ao olhar e aos toques do Mestre para responder com generosidade a seu chamado e aos seus apelos.
Texto para a oração: - Mc 10, 17-22.
Leia atenta e pausadamente o texto, saboreando cada palavra, cada versículo.
“Jesus fitou-o e começou a amá-lo”. O olhar de Jesus é o olhar de Deus Pai misericordioso: não fica na superfície, mas penetra profundamente, atinge o coração e vê o íntimo da pessoa. Não indica um olhar distante, indiferente... é um olhar para dentro, alcança a parte mais recôndita da pessoa que só Deus conhece. O olhar de Jesus está em perfeita harmonia com o Pai... “ que vê o segredo”.
Jesus continua chamando... “ Vai, vende tudo o que tens... e terás um tesouro no céu...Depois vem, e segue-me.
A vocação é uma relação de amor para com Deus e a humanidade. Vocação não é como um objeto que eu possuo, alguma coisa que coloco no bolso da calça e acabo perdendo porque o bolso está furado. Não como um chapéu que o vento carrega logo na primeira tempestade, ou como uma roupa que guardo no armário e visto quando estou afim.
Cada vocação é tema de íntimo diálogo trinitário, do Pai, do Filho e de uma missão especial do Espírito Santo. Vocação é uma relação viva e dinâmica de amor para com Deus e os outros. Como qualquer relação, trata-se de uma história feita de conquistas e frustrações, entusiasmos e decepções, traições e provas de fidelidade.
Não existe uma verdadeira relação de amor sem comunicação. Por isso, vocação é antes de tudo diálogo. Deus fala e eu respondo. Deus interpela e eu me comprometo. Deus me indica o caminho e eu percorro. Deus me mostra o projeto e eu me deixo modelar aos poucos, até me transformar na obra de arte que Ele imaginou desde sempre.
Fruto do amor, o diálogo é sempre novo, cheio de surpresas. Nunca tem fim, porque o amor não se esgota. No diálogo, as palavras deixam lugar para os gestos pelos quais o Pai revela o seu Projeto de amor, que pensou para cada um/a de nós.
A vocação é também uma relação de amor para com os outros, as pessoas com quem eu convivo, a humanidade inteira. A relação com Deus Pai me abre ao conhecimento do outro como irmão. A contemplação do Deus-feito-homem me leva a sair de mim mesmo e a me fazer “ dom” para a comunidade. A obediência ao Espírito Santo me contagia com um amor que desconhece fronteiras.
Os discípulos já confiavam bastante em Jesus – “Deixem tudo ... Eu os farei pescadores de homens”... Essas palavras podiam ser para os discípulos, um tanto estranhas. O chamado feito, não é para algo concreto, mas simplesmente para segui-lo. Jesus é o ponto de convergência das multidões.
Acabando a oração, registre em seu caderno-vida as iluminações, os toques, aquilo que mais mexeu com você durante a oração. Converse com o Senhor como um amigo conversa como o amigo... reze um Pai-Nosso agradecendo o seu encontro com o Senhor e continue sentindo o sabor da experiência realizada com Ele.